A filosofia anarcocapitalista no debate sobre os fascismos do século XXI

Resumo

Este artigo explora a filosofia política libertária e anarcocapitalista dentro da estrutura dos direitistas radicalizados contemporâneos. Ele encontra pontos de convergência com o fascismo clássico, como sua oposição ao marxismo e a construção de sociodicados que dramatizam os antagonismos entre protagonistas de um confronto social em modelos humanos irreconciliáveis. Um cenário compartilhado é a narrativa de um mundo em decadência e crise, diante do qual se exige a necessidade de subverter a ordem estabelecida – cultural, econômica e política – por meio da ação direta. Da mesma forma, o desprezo pela igualdade e pela democracia como regime e sistema de valores de convivência. Existem também divergências profundas. Um é o papel do Estado. O anarcocapitalismo o entende como uma instituição agressora que deve ser reduzida ou desaparecer. Outra é a relevância anarco-libertária dada ao individualismo e à propriedade privada generalizada. Destaca-se a crescente importância do anarcocapitalismo no México e na América Latina, no aspecto político tradicional e sobretudo como uma filosofia persuasiva que circula em discursos e estilos culturais com alta eficácia de comunicação política.